A dirofilariose foi inicialmente identificada nos Estados Unidos em 1847 e ocorria mais freqüentemente no litoral sudeste dos Estados Unidos. Em anos recentes a dirofilariose tem sido encontrada em todos os 50 estados dos Estados Unidos. A onda de animais infectados que pode servir como fonte de infecção para os outros animais é, provavelmente um fator que contribui significativamente para a dirofilariose se espalhar pela América do Norte. O número real de cães e gatos infectados nos Estados Unidos ainda é desconhecido.
O verme Dirofilaria Immitis, pertence à mesma classe das lombrigas. Na verdade eles até se parecem com as lombrigas, mas é aí que terminam as semelhança. O Dirofilaria Immitis passa a vida adulta no lado direito do coração e dos grandes vasos sanguíneos que conectam o coração e os pulmões.
Os vermes são encontrados em cães, gatos, e furões. Eles também ocorrem em animais selvagens, como leões marinhos da Califórnia, raposas e lobos. Raramente são encontrados em pessoas.
Os vermes adultos que ficam no coração botam larvas minúscula que são chamadas de microfilárias e vivem na corrente sanguínea. Estas microfilárias entram em mosquitos quando eles sugam o sangue de um animal infectado. Em 2 a 3 semanas a microfilária fica maior dentro do mosquito e migra para sua boca.
Quando o mosquito morde outro animal, as larvas entram em sua pele. As larvas crescem e em cerca de três meses terminam a sua migração até o coração, onde ficam adultas, podendo atingir o comprimento de até 35 centímetros. O período entre o animal ser mordido por um mosquito infectado, até os vermes se tornarem adultos, acasalarem e botarem seus ovos é de cerca de 6 a 7 meses em cães e 8 meses nos gatos. (Lembre-se – é importante tratar do diagnóstico.)
Cães muito infectados pode ter até centenas de vermes em seus corações e vasos. Vermes adultos em cães geralmente vivem de 5 a 7 anos. Trinta a oitenta por cento dos cães infectados têm microfilárias, e as microfilárias podem viver até 2 anos. Microfilárias não podem amadurecer em vermes adultos, a menos que eles passem por um mosquito. Existem mais de 60 espécies diferentes de mosquitos que podem transmitir a Dirofilaria.
Em cães, os vermes adultos podem obstruir vasos grandes sanguíneos que ligam o coração aos pulmões. Os vermes também podem entrar nos vasos menores nos pulmões e os obstruírem. Em casos mais graves, chamados de “síndroma caval”, os vermes enchem o ventrículo direito do coração.
A maior parte dos cães com dirofilariose não apresentam sinais de doença. Alguns cães podem apresentar diminuição do apetite, perda de peso e apatia. Muitas vezes, o primeiro sinal da doença é a tosse. Os animais com muitos vermes começam a apresentar falta de resistência durante os exercícios. Alguns acumulam líquido no abdômen (ascite), o que os faz parecer barrigudos. Em poucas situações em que os animais têm muitos vermes adultos, eles podem morrer de insuficiência cardíaca súbita.
Testes sanguíneos são feitos para identificar cães infectados com D. immitis. Pelo fato de os testes não serem sempre precisos, é necessário interpretar os seus resultados com relação ao histórico e sintomas que o animal apresenta. Radiografias (raios-x) e ultra-sonografia (ecocardiografia) muitas vezes são feitos para observar mudanças típicas no coração e pulmões causadas por D. immitis, e assim determinar a gravidade da infecção. As alterações incluem o alargamento da artéria pulmonar e do ventrículo direito. Certos tipos de células (eosinófilos) pode aumentar no sangue ou nas secreções dos pulmões. Estes resultados adicionais podem ajudar a apoiar o diagnóstico.
Existem vários testes de sangue utilizados para detectar a infecção pela dirofilariose. Na década de 1960, antes dos ensaios mais sofisticados estarem disponíveis, testes para detectar a dirofilariose envolviam procurar o verme em uma gota de sangue sobre uma lâmina de microscópio. Um teste um pouco melhor, o teste de Knott, foi desenvolvido para concentrar a microfilária a partir de uma porção maior de sangue através de sua centrifugação. Isto proporcionou aos veterinários uma melhor chance de encontrar as microfilárias.
Mais tarde, os testes de filtro se tornaram disponíveis. Nestes testes, as células do sangue foram lisadas (quebradas) por um tipo de agente especial que não afeta as microfilárias. O líquido resultante é então colocado através de um filtro muito fino. As microfilárias se concentram no filtro. O filtro é então marcado e examinada ao microscópio para encontrar a microfilária.
Logo, os veterinários reconheceram que alguns animais podiam ter infecções por dirofilariose sem necessariamente ter as microfilárias no sangue. Isto ocorre apenas se vermes machos estiverem presentes ou se as fêmeas não estiverem colocando seus ovos no momento do teste. Ficou óbvio que testes melhores eram necessários.
Teste de Antígenos
Exames sorológicos foram desenvolvidos para identificar os antígenos (pequena proteína e componentes de carboidrato ) dos vermes no sangue. Há uma variedade deste tipo de teste. Um dos tipos de teste mais comuns é chamado de ELISA. Alguns kits de teste executam uma amostra de cada vez e podem ser feitos diretamente no consultório de seu veterinário. Outros são feitos para testar várias amostras em um lote maior . Este tipo de teste em lotes é geralmente realizado em laboratórios externos, para onde o sangue de seu cão é enviado.
Embora os testes de antígeno sejam muito melhores do que o teste de filtro, ainda não conseguimos identificar todos os casos de dirofilariose porque os testes de antígeno só dariam resultado positivo se vermes fêmeas adultos estivessem presentes, uma vez que o antígeno é detectado a partir de útero do verme. Se os vermes não estiverem totalmente maduros, ou existirem apenas machos presentes, o resultado do teste de antígeno em animais infectados seria um falso negativos. Isso significa que o resultado do teste é negativo quando na verdade o animal está infectado.
Teste de anticorpos
Testes sorológicos foram desenvolvidos para detectar anticorpos (proteínas produzidas pelo corpo do animal para lutar contra “invasores”) que agem contra contra os vermes. Este é o teste mais usado em gatos. Este teste dá positivo, mesmo se apenas um verme macho estiver presente. Porém este teste tem uma desvantagem. Embora ele seja muito bom em dar resultados positivos quando existe uma infecção, testes falso-positivos são mais comuns do que nos testes de antígeno. Um resultado falso-positivo significa que o resultado do teste dá positivo mas na verdade não há infecção alguma.